sábado, 1 de novembro de 2008

Raiva tola

Ando sentindo uma raiva da cultura e de suas produções, não tenho suportado a sétima arte, exposições, produções independentes, peças teatrais, os projetos de experiementação ou qualquer outra tipo de trabalho intelectual. Sexta-feira passada fui até um "centro cultural" da cidade, conferir uma mostra de curtas performances teatrais, há tempos não me sentia tão frustrado em um lugar, há tempos não sentia tanta raiva de ser cúmplice de uma imbecilidade como a que estava assistindo. "Livres interpretações", "trabalhos ludicamente inspirados" e releituras tão pseudo-intelectuais que me faziam bocejar. Eram atores correndo de um lado para outro, dançarinos em posição fetal ou de desespero por longos minutos, e muita gritaria, gritos de desespero, de vingança, de loucura, ou qualquer outra espécie, o importante era gritar, clamar versos surreais e a platéia ia ao delírio, a cada blackout um novo delírio, uma nova catarse, um novo encantamento com a esquete assistida que não dizia nada, que não acrescentava em nada.
Ando com raiva, uma raiva que sei que é tola e efêmera - mas estou - de toda essa alternatividade vivida nessa cidade estudantil, não quero me envolver, não quero ser mais um cúmplice ludibriado pelos encantos da cultura, não quero mais sentir que amanhã restará apenas o vazio.

Um comentário:

Thiago Gabri disse...

Nem sempre é tão vazio, mas confesso que nunca fui muiiiiiiiito do alternativo pseudo-cult da cidade...até pq de pseudo ja chega o que a gente tem que aguentar vindo das pessoas ao nosso lado todos os dias!