Apesar da Lorena ter dado continuidade a meu texto, considero o dela como um spin-off, como uma série americana, em que um personagem deu certo e acabou criando vida própria em um seriado solo. O texto dela é uma continuação não continuada do meu, aliás, nem esse é. É apenas mais um pouco do que eu fiz nesse espaço no blog: falar sobre meus momentos, meus comentários e aquilo que chamava a minha atenção: o banal, o engraçado e a saudade.
Ah (suspiros) ah, a minha partida. Esperada e angustiada. Sabe aqueles momentos em que você deseja que algo passe rápido para saber se você se dará certo em sua escolha, mas ao mesmo tempo com medo de ver o que irá por vir, caso aquilo dê errado. Hoje não vou falar sobre o partir, mas farei uma terapia sobre o porvir do partir, o arrependimento. Arrepender-se, segundo um texto de uma autora que amo (e que teve uma brilhante locução do ator Lázaro Ramos), Adriana Falcão, arrependimento é uma inútil vontade de pedir o tempo para voltar atrás. Inútil eu não diria, pois aquilo que qualquer pessoa sente quando se arrepende de algo é tudo, exceto inútil. É doloroso, é angustiante, machuca, mata, corrói cada pedaço de nós mesmos. É útil. Dizem que é com porrada que a gente aprende. Não concordo, existem outras maneira de aprendermos, agora, se elas são eficientes ou não, só o tempo e a própria pessoa poderá dizer. O que é possivel ser dito agora é que podemos aprender com os erros e as experiências dos outros. E quando não tem ninguém que fez o que você fez?
O jeito é sentir medo. Sentir medo é inevitável, sente-se medo até quando se sabe o caminho, por não quando o caminho é escuro e pouco conhecido? Na vida a gente não tem um mapa de cada caminho que a gente percorre, mas o interessante é fazer a linha João e Maria e jogar pãozinho pelo caminho e contar com a sorte, é claro de nenhum passarinho mal-intencionado comer e estragar com a farra.
Eu joguei muitos pãezinhos por onde passei, alguns os passarinhos levado, mas outros foram como sementes, arraigadas no chão, criando uma raiz, como uma árvore. E de pãezinhos eles se tornaram grandiosas padarias. Desculpem a metáfora pobre e porca, mas achei bonitinha, dentro do contexto atual. Fiz uma complexa rede de padarias por onde passei e sei que tenho croissant's a vontade, pois assim os sirvo para aqueles que gosto e que amo.
Se tenho medo? Bastante, mas para ter coragem, é preciso ter medo antes, já dizia Fernando Pessoa. E é a mais pura verdade. O meu otimismo de que tudo será bom, tão quanto já é ou melhor naquilo que me falta, me faz crer que o medo não traz nada além de angústia e dor, deixando-me desesperado em vão.
Decerto, eu vivi. E deixo para vocês uma música do CPM22, chamada “Coragem”que fala sobre as tantas histórias que vivi e que ratifico: OBRIGADO!
Medo de perder, medo de não conseguir
Perder o medo de arriscar
Tente compreender, tudo o que quiser fazer
A vida pode complicar
Tantos momentos importantes
Tudo o que faz você acreditar
Tantas histórias pra contar...
Medo de perder, de nunca me arrepender
Será que a solução não sei?
Parar pra pensar, pra tentar recomeçar
Com a cabeça no lugar
Tantos momentos importantes
Tudo o que faz você voltar atrás
Tantas histórias pra contar
Lembranças pra guardar
Coragem pra conseguir vencer
Dispostos a tudo, menos a perder
Tantos momentos importantes
Tudo o que faz você acreditar
Tantas histórias pra contar
Lembranças pra guardar
Tantos momentos importantes
Tudo o que faz você voltar atrás
Tantas histórias pra contar...