domingo, 28 de setembro de 2008

Por que os homens são garanhões e as mulheres são adúlteras?

Em crise no atual momento da História, o casamento sempre foi uma instituição sagrada. Tanto que o adultério sempre foi alvo de punição, porém como bem sabemos, de modo diferente para homens e mulheres. Se o adultério masculino era visto como um deslize aceitável, a mulher adúltera trazia desonra ao marido. Os tempos mudaram e a lei também, que colocou homens e mulheres em pé de igualdade. Porém, o adultério feminino continua, ainda hoje, como o único a ser alvo de repressão social. Afinal, porque os homens quando traem são chamados de garanhões e nós, mulheres, ganhamos a má fama e até mesmo alguns apelidos?
A sociedade nunca permitiu a traição feminina. Nós mesmos nunca nos permitidos trair. Quando crianças,aprendemos a sermos comportadas e boazinhas, enquanto os meninos devem ser valentes e conquistadores. Um rapaz namorador é bem visto, enquanto uma moça namoradeira é crucificada. São esses valores, impostos a nós desde muito cedo, que nos impedem de fazermos algo, com medo da sanção moral da sociedade.
Patriarcal, portanto machista e conservadora, a sociedade não perdoa a infidelidade feminina. Se Nieztche estava certo ao falar da “moral do rebanho”, onde certos valores eram impostos aos mais fracos como forma de dominação pelos mais fortes, concluímos que a regra se aplica a nós: submissas ao marido até bem pouco tempo,aceitávamos sua traição e repreendíamos os nossos desejos porque acreditávamos realmente ser nosso ato imoral. Sendo que este conceito foi estabelecido como forma de dominação sobre nós mesmos.
Não estou aqui defendendo a infidelidade. Que cada um faça da sua vida o que bem entender. Apenas defendo a igualdade entre homens e mulheres. Se o homem tem o direito de trair, porque a mulher também não pode ter? Já somos iguais perante a lei, Falta sermos iguais perante a sociedade.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Gravidez: momento único!



“Sublime” significa o mais alto grau de perfeição; a perfeição do belo; o que há de mais elevado nos sentimentos, nas ações. Palavra esta que há sete meses vem fazendo parte do meu dia a dia e que parece não ter limite dentro do coração.
No começo tudo parece perdido e sem solução, a infância desaparece, o medo cresce e as responsabilidades aumentam. Afinal agora somos dois! O envolvimento dos amigos, da família e da sociedade é inevitável, valores morais e financeiros se misturam e vira tudo uma crise, uma luta interior entre sentimentos que te cega e não a deixa enxergar a preciosidade que é ser mãe.
As semanas vão passando e com elas o primeiro ultra-som, as primeiras batidas do coração, a barriga crescendo... O primeiro chute, os primeiros presentes, o dedinho na boca, e a barriga ainda crescendo... O perfil perfeitinho, a calça que não te serve mais, o cordão que não desenrola do pescoço e te faz ficar sem dormir, as azias e os enjôos que perdem a importância quando o médico grita: é menina! Os amigos que não esquecem a sua filha um só minuto e te paparicam o tempo todo, não porque eles te amam mais, mas por que dentro de nove meses você dará a eles mais um motivo de felicidade!
Tudo isso me envergonha de um dia ter pensado que tudo estava perdido, de ter chorado e perguntado a Deus se eu merecia aquilo que estava acontecendo. Hoje agradeço a Ele todos os dias, por ter me dado à oportunidade de conhecer sentimentos, que um dia achei que não fosse possível.
Faltam alguns dias pra eu completar sete meses, não estou a mulher mais bonita do mundo, mas a mais feliz com certeza!
Mariana Mello

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Humanos

No dia 15 de setembro deste ano, os jornais do estado noticiaram as fortes chuvas que atingiram diversas cidades de Minas. O fato pode ser considerado corriqueiro. Diversas vezes assistimos na TV notícias de tempestades e seus desastres relacionados.
A cidade de Carandaí, a 137 km de Belo Horizonte, foi um desses municípios atingidos no dia 15. Mas a situação do lugar, após a tempestade, chama a atenção pela assustadora imagem de devastação.
Por volta das cinco horas da tarde, a cidade foi atingida por uma forte chuva de granizo que deixou um rastro de destruição. Mais de 2000 casas foram destelhadas, cerca de 200 pessoas ficaram feridas e 600 famílias estão desalojadas. O tamanho das pedras de granizo e a força da chuva foram tantos que vários veículos que passavam pela rodovia tiveram teto e capô totalmente destruídos. A imagem da cidade é desalentadora.
Mas a quem culpar por tal situação? As forças da natureza agiram de forma cruel, mas não há como culpar nem prevenir sua ação.
O que vem tornando esta tragédia em um momento peculiar é a solidariedade das pessoas de municípios próximo à cidade em prol dos atingidos pelo desastre. A população, nos mais diversos setores da sociedade, vem se mobilizando recolhendo alimentos, doações em dinheiro, agasalhos, materiais de construção, numa tentativa de diminuir o impacto dos estragos trazidos pela chuva do dia 15.
Momentos como esse trazem muita dor, mas conseguem resgatar em muitos sentimentos altruístas antes deixados de lado. Pessoas que passaram por Carandaí se disseram impressionadas pela imagem do pós-chuva. E essa imagem marcou o início de uma mobilização em favor daqueles que muito precisam.
Depois do pesadelo, a população de Carandaí vai voltando à sua vida normal, mas jamais a cidade poderá se esquecer do pesadelo vivido e muito menos daqueles que se uniram para tentar diminuir a dor e o sofrimento que assolou o povo de Carandaí.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Caminhos do caos

Juiz de Fora é uma cidade que cresce em ritmo acelerado. Esse crescimento acarreta, inevitavelmente, conseqüências em diversos setores. Mas o que vem sofrendo mais com o peso desses efeitos de expansão é o trânsito da cidade.
O caos tomou conta do centro. A falta de anéis rodoviários faz com que Juiz de Fora se torne rota para muitos carros que precisam passar por dentro da cidade para chegar a outros municípios. As políticas de planejamento urbano são falhas e não dão conta do problema.
Para piorar a situação, que já é crítica, a falta de educação no trânsito, tanto de motoristas quanto de pedestres, agrava ainda mais o problema. Carros parados sobre faixas de pedestre, avançando sinais, parando em lugares proibidos; em contrapartida os pedestres transgridem as normas atravessando à frente dos carros, fora das faixas, com sinais fechados para eles. É fácil presenciar situações que beiram o cúmulo quando vemos mães com bebês de colo pondo sua vida e de seus filhos em risco.
Lugar perfeito para presenciar o caos que tomou conta da cidade é a Avenida Getúlio Vargas. Não é preciso esperar o horário do rush para observar a confusão de carros e pessoas pelas ruas. A Avenida Getúlio Vargas foi escolhida como exemplo alheatoriamente, já que o centro da cidade funciona de forma semelhante.
Centenas de pessoas vivem esse estresse cotidianamente sem terem uma alternativa de fuga. Mas numa realidade em que todos são contribuintes do caos, sua resolução se torna um desafio ainda maior.

O novo social

A faculdade de comunicação prega a seus alunos que o mundo passa por uma era de intensa virtualização do real. Os professores indicam uma penca de livros de autores que vão de Jean Baudrillard à Pierre Levy, nos quais todos abordam o assunto. A problemática maior não está na questão da virtualização em si e sim na forma como lidamos com ela.
É engraçada a velocidade com que conseguimos agregar, quase que por simbióse, os novos aparatos eletro-eletrônicos. Desfilamos na rua com fones que trasnformam o som cotidiano nas músicas que mais gostamosda, os nóvos ouvidos se unem aos novos olhos que se apresentam como imagens na tela do computador. A nossa boca, capaz de expressar por sons o que sentimos, se tranformou em dedos frenéticos que deslizam pelo teclado digitando tudo que pensamos ou sentimos. O novo homem é tão virtual que prefere os relacionamentos online àquilo que nos torna humanos, que é a nossa capacidade de estabelecer relacionamentos reais através do uso do nosso pensamento crítico. A onda do "Second Life"é a prova mais concreta disso.
Mas o que é real?? O que é virtual?
Em um mundo inconstante a realidade(físico) confunde-se com o ficcional(imáginario, psicológico) fazendo com que nós, criadores de tal ficção, percamos o controle sobre a barreira que divide essas duas vertentes humanas. Tal descontrole faz com que as perguntas acima sejam respondidas de acordo com a visão individual de quem as interpreta! Para mim real e virtual, coexistem na sociedade e são interdependentes, uma vez que nós, capitalistas ocidentais, não vivemos mais sem mídia, sem próteses e sem as milhares vantagens que a vida virtualizada nos traz.

"Correção" ou "korressaum"??

Eu não tinha recebido ainda o email necessário para fazer meu cadastro aqui no blog e por isso, pedi ao Thiago que me convidasse, aproveitando a boa vontade, pedi que postasse meu primeiro texto aqui(BBB 9). Quando encontrei com ele, pediu que eu entrasse no blog,agora que já tinha minha senha, para corrigir algumas abreviações que tinham em meu texto. É por que, quando nós estamos escrevendo pelo teclado do computador, espontaneamente, as palavras vão saindo como se estivéssemos escrevendo no orkut ou no msn. É um vício, e isso pega. Sem o costume de colocar acentos e escrever do modo correto, a "gnt akaba escreveno assim". Mas passei a me corrigir "pq smp q tava escreveno um trab da facul" meus textos ficavam todos abreviados e eu tinha que ir corrigindo todo ele, relendo uma boa quantidade de vezes para ver se um "p" (para) estava ficando para trás despercebido.
Creio que a minha geração ainda passa mais fácil por isso, enquanto escrever errado nos moldes dos vícios de internet, perceber o erro e corrigir logo após, por que esse uso é relativamente novo, em relação à nossa época de aprendizado. Esses dois tempos não se misturaram. Mas e as crianças de hoje em dia, que crescem com a internet e sua linguagem debaixo do braço? Ela vem confrontando com o aprendizado na escola, e lá mesmo, nos deveres e trabalhos de casa, nas provas são perceptíveis os vícios da "internetiquês". Elas hoje, abreviam as palavras, não sabem usar vírgulas e muito mais grave que isso, não sabem quais as palavras têm acento, quais não têm. E então, escrevem cruamente como se acento não existisse. E agora? Nós que vamos nos adaptar à essa escrita? Assim como o Vossa Senhoria se tornou você? Ou o msn e o orkut vão ter corretores ortográficos e quando as palavras estiverem erradas ficarão com ondinhas vermelhas sob elas?
Eis a questão!

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Adestramento escolar

Seguindo uma tendência antiga de contabilizar ações, a educação brasileira tem apostado em mudanças numéricas. Ao que parece, o plano ministerial do governo populista que está a frente do nosso país pouco se preocupa com o quesito qualidade de ensino, o negócio deles é mostrar os números. O presidente Lula parece satisfeito ao se exibir em rede nacional para dizer, aos quase duzentos milhões de brasileiros, que a educação no Brasil tem avançado ao passo que o número de habitantes analfabetos cai vertiginosamente. Vale ressaltar que os índices do IBGE não medem a educação brasileira no que diz respeito ao desenvolvimento do senso crítico dos novos formados pela escola. Aqui não trato escola como sendo aquela responsável pela alfabetização e conseqüente formação de ensino médio. Chamo de escola toda instituição de ensino, seja ela pública ou privada, de ensino fundamental, médio ou superior. Considero escola qualquer instituição que se auto denomine um local capaz de ensinar algo por vias pedagógicas.
A nossa educação tem se resumido à simples "copiação" de lições passadas que foram aplicadas durante os séculos. Nossos alunos são colocados diante de um quadro onde um ser, quase que divino, lhes ensina que as letras B e A quando colocadas nesta ordem devem ser lidas com o som de BA e que expostas com um outro conjunto de letras formará palavras como balde, bala e balão. Então, baseados nesse conselho doutrinário, os alunos se perdem nas linhas do caderno de caligrafia escrevendo o ba, be, bi, bo, bu do cotidiano escolar.
Engana-se aquele que pensa que essa "copiação" termina na alfabetização, pois os alunos seguirão copiando aquilo que lhes foi ensinado, ou melhor, doutrinado durante boa parte da sua vida acadêmica.
Quarenta anos atrás, Paulo Freire já nos alertava quanto ao perigo da educação de bases estritamente mecanicistas. Não podemos insistir em uma educação que simplesmente dá aos novos formados a capacidade de ler e escrever em um idioma. O que se faz necessário, principalmente em um tempo de excesso de informação, é o incentivo à construção de um pensamento crítico. Os professores brasileiros precisam entender que o seu papel como educadores vai além de ensinar a ler, escrever, somar ou subtrair, o foco principal deve ser o incentivo ao pensamento crítico de cidadãos que consigam compreender o ambiente em que vivem e o quanto é possível transformá-lo.

BBB9

Antecipadamente, em relação aos outros anos, as inscrições para o Big Brother Brasil 9 já começaram. Geralmente são abertas no final de todo ano, mas em 2008 julho mal-mal passou e lá estava anunciando na telinha da Globo, aquela chamada inconfundível. Acredito que algumas pessoas fanáticas com o rality show devem ter ficado desesperadas para gravar seus vídeos para mandar o mais rápido possível para a produção. E por falar nos vídeos, essa parte é a mais engraçada. Queria eu estar na equipe de seleção para ver as bizarrices que devem aparecer. Se procurarmos em alguns sites de vídeos achamos uns hilários, mas apostos que aqueles não são nada comparado aos que não são divulgados, por qualquer que seja o motivo.
Assim como as pessoas que querem entrar na casa devem estar ansiosas para o começo do BBB, eu também estou. Porque vendo, me divirto com os brothres perdendo a linha nas festas, os barracos, as palhaçadas, as pegações, quem sai e quem fica. Acaba que o Brasil inteiro pára para saber as “news” do BBB. E vai falar que você não ta nem aí?!Que nunca assiste?! E que não comenta sobre nada que rola dentro da casa?! Ah, se essa tal de hipocrisia não existisse...

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Proposta indecente

Há pouco tempo ficou famosa a frase de um conhecido jornalista que terminava seu programa de TV dizendo: saúde e paz que o resto a gente corre atrás. A frase de efeito ganhou a boca do povo, e tornou-se comum ouvi-la pelas ruas. Mas parece que em nosso país a frase só serve de jargão. O caos na saúde pública é tema freqüente na grande mídia. O cotidiano daqueles que dependem do atendimento médico público tornou-se uma tarefa de paciência e resistência.
Mas isso não é nenhuma novidade para ninguém. A questão da falta de investimento público nesse setor já é uma briga antiga. A grande novidade no caso é um projeto de lei que prevê a transformação dos HU's (hospitais universitários) em fundações estatais de direito privado. O projeto estava engavetado e a discussão foi retomada recentemente por um deputado do Paraná.
Os hospitais universitários atendem a toda comunidade gratuitamente e ainda dá chances de aprendizagem prática aos estudantes da área de saúde. Essa privatização nada mais é que uma estratégia política para evitar gastos com a saúde e a educação. As características de hospital escola se perderiam prejudicando o ensino, a pesquisa e a extensão.
As conseqüências da privatização do hospital universitário de Porto Alegre (RS) foi um aumento nos lucros, mas o atendimento aos pacientes do SUS foi prejudicado. Eles aguardam o dobro do tempo que os pacientes conveniados esperam para o atendimento médico.
Quando achávamos que não havia como ficar pior, eis que descobrimos que nada é impossível no país da imoralidade. A privatização representa um retrocesso nas conquistas conseguidas até então. Mais de 40 hospitais universitários correm o risco de serem privatizados no Brasil.
Caso esta lei seja aprovada, só resta desejar a todos: saúde!

Há flores em tudo que eu vejo


É chegada a primavera. O colorido e o encanto do desabrochar das flores começam a fazer parte do nosso dia a dia e se depender dos estilistas essa será uma constante durante toda a primavera.
A estação que tem seu ar romântico levará essa leveza também para as peças de roupas. Estampas florais estarão em alta e o xadrez que foi constante em todo o inverno se apresentará com cores vibrantes em peças leves femininas e descontraídas. As calças skinny entrarão em decadência, para tristeza de muitos, e darão lugar a calças justinhas somente até o joelho, lembrando o estilo dos anos 70.

Repressão à liberdade de informação


Chega hoje ao congresso um projeto de lei do Executivo que prevê a possibilidade de punição criminal ao veículo de imprensa ou jornalistas que divulgarem escutas telefônicas, seja elas legais ou ilegais. O projeto do ministro da Justiça que dá nova redação do artigo 151 do Código Penal -Violação de correspondência - já foi assinado pelo Presidente Lula.
O Projeto vai de encontro ao direito de liberdade de impressa e mostra-se como um meio claro de intimidação aos jornais que usam da carga probatória da escuta telefônica para fazerem suas denuncias.
O mesmo presidente que pede a elaboração de uma lei que restringe o direito a informação atingiu índice recorde na avaliação pessoal, de 77,7% e seu governo teve de 68,8% de aprovação segundo pesquisa da CNT/Sensus.
Talvez o retrocesso político pareça positivo a grande parte dos brasileiros.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Jeitinho Brasileiro

O Brasil é o país das filas. É fila para entrar e sair dos lugares, para receber e pagar, para marcar consulta no SUS, para ir ao banheiro,... Enfim, fila pra tudo. E se existe a fila, existem também os espertinhos que furam a fila.
O fura fila é aquela pessoa que ao avistar um amigo, que não via há dez anos, se aproxima de mansinho, com um sorriso no rosto e aí conversa vai, conversa vem e acaba ficando na fila. Uns são caras de paus, pedem para entrar na sua frente; outros vão disfarçando, andam junto com a fila e quando se vê já está infiltrado. Mas o pior de todos é aquele que entra na frente das pessoas e ainda traz mais cinco com ele. Assim a fila não anda e nem o país.
Mas o que o país tem haver com isso? Tudo. Furar a fila é um ato de corrupção como qualquer outro. A pessoa está tirando vantagem sobre alguém, está fazendo a mesma coisa que alguns políticos fazem. Normalmente quem fura a fila são pessoas egoístas e capazes de fazer qualquer atitude em benefício próprio. É o caráter do desonesto.
Tenho certeza que muitos não vão concordar comigo. Afinal quem é que nunca furou uma fila? Furar a fila é um ato tão corriqueiro que se banalizou, assim como não respeitar o sinal, usar carteirinha de meia-entrada falsa, jogar papel no chão, entre outros. Mas são por causas de condutas como essas que o Brasil está do jeito que ta.
Dar exemplo de conduta humanitária e correta, ninguém dá. Agora passar pra frente maneiras de ludibriar as normas, existe milhares. Só que não tem como mudar o país, se o brasileiro não mudar sua atitude. Uma pessoa só não pode salvar o país das deficiências morais, mesmo que ela seja o presidente.
É preciso e necessário que cada pessoa se conscientize e tenha mais respeito pelo próximo. Quem sabe assim, as futuras gerações encontrarão uma sociedade melhor.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Sorria! Você está sendo grampeado!

Andei pesquisando sobre os grampos na Internet e algo realmente me deixou assustada. A coisa mais fácil que existe é você grampear um telefone. Melhor dizendo: além da técnica ser muito simples, você encontra aparelhos para fazer grampos de telefone por até R$ 50,00. Ou seja, ao preço de banana, seu vizinho pode grampear seu telefone e saber de todas as suas conversas.
Gente, a situação é mais grave do que se imagina. Não só a polícia, mas qualquer um pode grampear telefones. Cadê a nossa privacidade? Foi preciso que o presidente do STF fosse grampeado para que o assunto viesse à tona. Sinal de que a festa dos grampos já vem ocorrendo há muito tempo, e “ninguém” sabia disso.
Agora vem o governo querendo aprovar mais uma lei, a “lei do grampo”. Ora, lei que regularize o grampo já existe. A Constituição assegura o direito de privacidade e escutas telefônicas ilegais levam a pena de 2 a 4 de detenção, mais multas. O que ocorre, como sempre ocorre no Brasil, é a falta de fiscalização. Pra falar a verdade, o governo sequer tem controle sobre os grampos.
Fazer leis é fácil. O difícil é acompanhar e controlar. Colocando a lei que já existe funcionar, ou seja, punindo quem faz escutas clandestinas e controlando melhor a venda de objetos para fazer grampos telefônicos, principalmente na grande rede, já resolve metade dos problemas. O que não pode ficar é essa briga pra saber de quem é culpa. Mas enquanto o governo não reage, cuidado com o que fala ao telefone, caro leitor.

domingo, 14 de setembro de 2008

Vitória da vontade

Alguém aí ouviu falar nas paraolimpíadas de Pequim? Pois é, os jogos paraolímpicos tiveram início no dia seis de setembro e pouco tem sido noticiado. Isso não se deve, em absoluto, a um possível mau rendimento de nossos atletas, já que o Brasil, a três dias do fim da competição, conquistou 35 medalhas, sendo 12 de ouro, e está em 11º lugar no quadro geral.
Nos jogos olímpicos de Pequim, fomos bombardeados com informações incessantemente. Sabíamos de tudo o que acontecia mesmo que não quiséssemos saber. Mas nem o excelente desempenho dos nossos atletas paraolímpicos foi suficiente para que a imprensa voltasse sua atenção a eles, como foi feito durante as olimpíadas.
A escassa cobertura da mídia nos jogos paraolímpicos de Pequim não ofuscou o brilho de nossos atletas. O vexame no resultado das olimpíadas vem sendo recompensado por nossos heróis. Homens e mulheres que não aceitaram suas condições “limitadas” e mostraram ser capazes de vencer os grandes desafios do esporte.
Que o povo brasileiro possa aprender com estes heróis que nada é impossível quando se tem força de vontade e determinação. E que nos próximos jogos paraolímpicos, o Brasil saiba dar o devido valor a nossos atletas mais que especiais.

sábado, 13 de setembro de 2008

Uma boa leitura no fim de semana

O livro, O Julgamento de Sócrates, de I. f. Stone (tradução de Paulo Henrique Britto; ed: Companhia das Letras), relata os acontecimentos que antecederam o julgamento e a morte de um dos filósofos mais brilhantes da Grécia Antiga.
O enredo é narrado por meio dos textos de Platão e Xenofontes discípulas de Sócrates, ao longo da narrativa identificamos de maneiras diferentes as posições de Sócrates em relação a Polis e as questões que permeavam a antiguidade clássica no século IV a.C.
O interessante do livro é seu antagonismo, como a cidade Grega considerada a mais democrática de todas foi capaz de condenar a morte seu filho mais ilustre, por exercer aquilo que era mais sagrado pelas pessoas da época, a liberdade de expressão. Os textos de Platão e Xenofonte mostram os antagonismos entre as idéias socráticas e a cidade ateniense. Sócrates era apolítico e antidemocrático considerava que, quem devia governar é aquele que sabia mais. O pensamento do filósofo batia de frente com os preceitos democráticos da cidade.
O que torna o livro interessantíssimo é observa as metodologias empregadas por Sócrates, em seus diálogos, ele trabalhava sempre com os conceitos de definições absolutas, e com uma dialética negativa que, refutava todas as tentativas de respostas propostas a por seus interlocutores. O engraçado é que ele mesmo nunca chegava a dar respostas à suas indagações e quase sempre discordava de se próprio pensamento.
Para quem gosta de discutir sobre democracia, saber um pouco de história antiga e ler um bom livro essa e uma ótima indicação.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Maria vota com as outras

Em época de alvoroço eleitoral ressurge sempre a pergunta: existe político honesto? Para grande parte da população, que é obrigada a assistir diariamente a uma enxurrada de notícias que mostram os famosos colarinhos brancos cada vez mais atolados na lama do poder, a resposta parece ser negativa. São CPIs atrás de CPIs, o político que hoje é delator amanhã é o próximo acusado, o troca-troca da culpa é tão intenso que, confusa, a população se pergunta se existe alguma possibilidade de voto correto em alguém realmente honesto. Para o filósofo alemão Immanuel Kant a maior parte da humanidade está sujeita a uma "menoridade auto-imposta", ou seja, é muito melhor se sujeitar às ordens e idéias alheias do que buscar respostas baseadas em experiências próprias. A partir dessa idéia é possível compreender porque tantos ex-envolvidos em escândalos políticos conseguem se reeleger com expressivo número de votos. A massa prefere não pensar, opta por seguir os mandatos de alguém, acata e aceita ordens declaradas ou implícitas em concelhos "amigáveis". E vota naquele candidato que é amigo, tio, primo, conhecido de alguém ou simplesmente o "distante porém aparentemente gente boa".Olhando assim é possível dizer que a política está se tornando um campo quase que anti ético, uma vez que entende-se como ética a ação que pode ser universalizada. E não é possível que o senso crítico de uns e outros que não tem a preguiça corriqueira de pensar aprovem a universalização da pouca vergonha que se tornou a política contemporânea. Com a última confusão política de Brasília, os baderneiros do legislativo querem mostrar aos brasileiros que suas vidas foram invadidas por investigadores federais. Na verdade o que acontece lá no senado é um temor generalizado de que os grampos realizados pela ABIN possam flagrar aquelas conversinhas proibidas para eleitores sensatos. A divulgação dessas conversas, assim como de imagens que mostram deputados dançando pela absolvição de um amigo corrupto, ou fazendo gestos obscenos ao assistir a morte de quase duzentos brasileiros são a prova clara da ausência da ética nos nossos políticos.Talvez em Brasília eles já tenham desenvolvido algum tipo de moralidade política própria, vai ver o filtro moral de todos eles é trocado por um menos rígido a partir do momento em que assumem o cargo público com o qual foram premiados pela loteria dos votos impensados.Dia três de Outubro os brasileiros irão novamente as urnas influenciados por santinhos com propostas impossíveis, pela mídia que mostra o candidato amigo do povo, pelo colega de faculdade que vai votar no fulano e por mais um considerável número de conselheiros que sequer sabem porque escolheram o próprio candidato. O eleitor precisa perder a preguiça de pensar para conseguir driblar a ordem que diz não raciocine, vote.

domingo, 7 de setembro de 2008

A sociedade na fiscalização do poder

Não há melhor hora para questionar os valores éticos e morais de nossos governantes, do que o atual momento político brasileiro, principalmente pelo fato de aproximarem-se as eleições municipais, para prefeitos e vereadores, mas também pelas atuais denúncias relativas aos imorais grampos telefônicos, à corrupção, ao nepotismo e a prática de peculato que assombram nos noticiários da Tv.
Diante dos programas eleitorais, muitas vezes, o cidadão sente cólera ao ver o cinismo de alguns políticos, mentirosos, que usam da boa fé das pessoas como instrumento para seus interesses particulares, querem se eleger a qualquer preço, não têm escrúpulos, fazem promessas descabidas enganando o eleitor mais simples com a maior cara de pau.
Mas o que fazer, como usar nosso livre arbítrio, perante a essa situação, deixar a política de lado e anular nosso voto? Não, temos que usar nosso “livre juízo” da melhor forma possível e escolher nossos governantes de acordo com os pressupostos éticos e morais que derivam da possibilidade de escolha daquilo que é bom em detrimento daquilo que é ruim.
Não devemos nos enganar e querer eleger representantes dotados de beatitudes, pois o jogo político não é para isso, mas é nossa obrigação procurar votar em homens comprometidos com os interesses da sociedade, que não se corrompam facilmente com as vicissitudes do poder. Não queremos e não devemos nos enganar pensando que exista uma perfeição nas pessoas, uma vez que, existem coisas incorruptíveis assim como coisas corruptíveis na sociedade.
Para são Tomás de Aquino há dentro de qualquer homem dois tipos de qualidade, uma natural e outra proveniente do exterior, a natural é nossa moral individual e a externa a moral da sociedade. O bom político deve colocar o interesse da sociedade acima de seus interesses próprios, pois, seu poder político é proveniente das vontades das massas que os elegeram.
O que a sociedade na verdade necessita fazer, para vigiar os deslizes morais de nossos governantes é criar mecanismos de contra-poder, quer horizontais (o princípio da divisão de Poderes, na organização estatal), quer verticais (a instituição de um contra-poder popular), que auxiliem na fiscalização dos excessos de nossos governantes.
E nesse panorama que se insere o profissionais de jornalismo eles devem zelar pelos valores éticos e morais da sociedade, ajudando assim a sustentar a democracia, incentivando a justiça e a liberdade de expressão para a população, informando, denunciando, averiguando e questionar todas as questões imediatas referentes a política de forma a fazer satisfazer as suas missões e obrigações para com a sociedade.

sábado, 6 de setembro de 2008

Vítimas ou Colaboradores?

Há alguns meses as empresas de ônibus vêm registrando um pequeno desfalque na hora de fazer o balanço com a Astransp, porém, no mês de agosto, o rombo foi significativo e foi descoberto o esquema de falsificação de vales-transporte.
A Astransp registrou um grande prejuízo, porém agora quem terá de arcar serão os próprios usuários, pois a empresa não trocará os vales falsos.
Todos sabemos que vivemos num país onde reina a corrupção e qualquer meio de “se dar bem” às custas dos outros é considerado válido. Nosso próprio ex-prefeito, Alberto Bejani, foi filmado há algum tempo atrás recebendo propina para aprovar o valor de R$1,75 para a passagem do transporte coletivo.
Mas devemos pensar: somos realmente vítimas da falsificação ou somos os “causadores” dessa fraude? Se não fosse o famoso “jeitinho brasileiro”, ou nosso comodismo, não haveria cambistas vendendo vales nas ruas, teríamos que comprá-los nos pontos de vendas autorizados, e assim a fraude não teria como se propagar, ao menos não em tamanha proporção, e então não seríamos vítimas de nós mesmos.