O livro, O Julgamento de Sócrates, de I. f. Stone (tradução de Paulo Henrique Britto; ed: Companhia das Letras), relata os acontecimentos que antecederam o julgamento e a morte de um dos filósofos mais brilhantes da Grécia Antiga.
O enredo é narrado por meio dos textos de Platão e Xenofontes discípulas de Sócrates, ao longo da narrativa identificamos de maneiras diferentes as posições de Sócrates em relação a Polis e as questões que permeavam a antiguidade clássica no século IV a.C.
O interessante do livro é seu antagonismo, como a cidade Grega considerada a mais democrática de todas foi capaz de condenar a morte seu filho mais ilustre, por exercer aquilo que era mais sagrado pelas pessoas da época, a liberdade de expressão. Os textos de Platão e Xenofonte mostram os antagonismos entre as idéias socráticas e a cidade ateniense. Sócrates era apolítico e antidemocrático considerava que, quem devia governar é aquele que sabia mais. O pensamento do filósofo batia de frente com os preceitos democráticos da cidade.
O que torna o livro interessantíssimo é observa as metodologias empregadas por Sócrates, em seus diálogos, ele trabalhava sempre com os conceitos de definições absolutas, e com uma dialética negativa que, refutava todas as tentativas de respostas propostas a por seus interlocutores. O engraçado é que ele mesmo nunca chegava a dar respostas à suas indagações e quase sempre discordava de se próprio pensamento.
Para quem gosta de discutir sobre democracia, saber um pouco de história antiga e ler um bom livro essa e uma ótima indicação.
sábado, 13 de setembro de 2008
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