
A nossa educação tem se resumido à simples "copiação" de lições passadas que foram aplicadas durante os séculos. Nossos alunos são colocados diante de um quadro onde um ser, quase que divino, lhes ensina que as letras B e A quando colocadas nesta ordem devem ser lidas com o som de BA e que expostas com um outro conjunto de letras formará palavras como balde, bala e balão. Então, baseados nesse conselho doutrinário, os alunos se perdem nas linhas do caderno de caligrafia escrevendo o ba, be, bi, bo, bu do cotidiano escolar.
Engana-se aquele que pensa que essa "copiação" termina na alfabetização, pois os alunos seguirão copiando aquilo que lhes foi ensinado, ou melhor, doutrinado durante boa parte da sua vida acadêmica.
Quarenta anos atrás, Paulo Freire já nos alertava quanto ao perigo da educação de bases estritamente mecanicistas. Não podemos insistir em uma educação que simplesmente dá aos novos formados a capacidade de ler e escrever em um idioma. O que se faz necessário, principalmente em um tempo de excesso de informação, é o incentivo à construção de um pensamento crítico. Os professores brasileiros precisam entender que o seu papel como educadores vai além de ensinar a ler, escrever, somar ou subtrair, o foco principal deve ser o incentivo ao pensamento crítico de cidadãos que consigam compreender o ambiente em que vivem e o quanto é possível transformá-lo.
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