sexta-feira, 28 de novembro de 2008

O MUNDO DAS IDÉIAS




Estou gostando de ler sobre coisas do cérebro. A cada dia me fascino mais e descubro um mundo que, para muitos, permanece escuro e desconhecido. Continuando no aprendizado sobre “Uma coisa de cada vez”, postado abaixo – um ensinamento que pretendo assumir pra mim próprio, decidi ver um pouco mais sobre a memória e a capacidade multifocal do homem.
A memória é, em síntese, um suporte para a criatividade e não um mero depósito de informações. A memória é um conjunto de vários fenômenos, entre eles o fenômeno do autofluxo, que é quando o cérebro lê milhares de arquivos a partir dos quais produz dezenas de milhares de pensamentos diários, criando o chamado "mundo das idéias".
Tudo isso é bom, porque, assim, o homem rompe sua solidão existencial, uma vez que é o senhor de seus próprios pensamentos. Só que o excesso de inputs e a falta de foco em cada informação individualmente estão provocando fissuras nesse sistema, gerando alguns perigos emocionais. O exercício da memória, em vez de promover entretenimento individual, está gerando terror emocional. Sinal vermelho!
Estudando a respeito da inteligência humana, encontrei: "A inteligência humana é multifocal porque os processos que determinam sua construção são multifocais, como a leitura da memória, a construção das cadeias de pensamentos, as variáveis de interpretação e os fenômenos intrapsíquicos e socioeducacionais. Esses processos co-interferem para construir o espetáculo indescritível da inteligência multifocal do homem".
O pensamento é construído multifocalmente, mas isso está longe de querer significar que podemos nos focar em várias fontes de informação simultâneas, sejam elas externas, do mundo, ou internas, do nosso arquivo mental. Ao contrário. Ao focalizarmos um aspecto do mundo interior ou do meio circundante de cada vez, facilitamos a construção do pensamento e liberamos a criatividade. Informações, interlocuções, projetos; podem e devem ser múltiplos, mas não superpostos.
Usar bem nosso potencial não significa fazer milhões de coisas, mas às vezes, focar em umas poucas para garantir a qualidade de nossos feitos.

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