terça-feira, 18 de novembro de 2008

O Juizo das paixões


A nossa forma de agir e de estabelecer relações humanas é fundamentada e não raramente justificada pelo que conhecemos como ética, conseqüentemente o que envolve nossas relações é por assim determinado pelo que julgamos moral e imoral.
Constantemente nos defrontamos com acontecimentos que nos convidam a repensar ou simplesmente analisar no que verdadeiramente é moral e qual é a proporção de razão que há envolvido nesse conceito. David Hume, filósofo e historiador acreditava que “a razão é, ou deveria ser, apenas escrava das paixões” e com isso explicita sua idéia de que somos regidos por sentimentos concluindo que a razão não é pratica e a moralidade não pode ser conclusão da nossa razão.
Tomando a questão do abordo de fetos anencéfalos podemos averiguar o quanto de sentimento recheia essa discussão. A mãe é movida por preceitos religiosos e por conceitos estabelecidos pela sociedade em que está inserida. O questionamento quanto tirar ou não a vida de um natimorto é regido muito menos pela razão que pelo empirismo envolvido. Aprovar ou não a retirada do bebê não pode se denominadora de distinção entre racional ou irracional, pois este pouco tem a ver com a formulação das justificativas.
Examinando a moral desse ponto de vista prático aceitamos facilmente que esta tem influência sobre as ações e afetos. Ações são louváveis ou condenáveis de acordo com as crenças e percepções do indivíduo mas essa análise não deve passar sob a ótica da razão pois esta é desprovida de sentimentos. “As regras da moralidade, não são deduções de nossa razão” afirmou Hume no Tratado sobre a natureza Humana e seguindo ainda seus preceitos nossas paixões , volições e ações não passam por critérios de razão e sim por fatos e a realidade que nos envolve.
Assim quando condenamos ou aceitamos uma atitude ela sempre será passível de refutamento pois há envolvido a constituição da natureza de cada ser passando inevitavelmente pelas percepções da nossa mente e dos preceitos do o meio que nos envolve.

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