quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Mães transviadas

Os casos de violência doméstica são incontáveis. A cada dia que passa ouvimos falar de novas situações. Mas o que realmente me espanta são os casos de “responsáveis” relapsos, irresponsáveis e sem condições de cuidar nem de si próprios, quem dirá de seus filhos.
Os casos mais recentes que me chocaram foram o de uma garota de nove anos, de Curitiba, que foi assassinada enquanto dormia, supostamente por um mendigo que tinha acesso à casa, com autorização da mãe da garota, já que os dois eram usuários de drogas. É de total irresponsabilidade dessa mãe deixar um estranho freqüentar a casa, principalmente para usar drogas. A mãe, além de estar errada por ser usuária, ainda leva esta realidade para sua casa, lar de suas duas filhas.
O seguinte episódio é o de outra mãe, que esfaqueou o filho de dezenove anos em São Paulo, em decorrência de um culto satânico, estimulado através de contatos feitos pelo Orkut. A mãe alega que “foi por um bem maior” que esfaqueou, cerca de quinze vezes, seu filho no pescoço e tórax. O que mais impressiona é que os vizinhos perceberam o estado da mulher, que o dia todo falou sobre cultos satânicos, além de pisotear a Bíblia, e chamaram o SAMU, que não atendeu o chamado, ou seja, essa morte poderia ter sido evitada.
Como pode? Uma pessoa passa nove meses de sua vida carregando um novo ser, dedica tempo para criá-lo e educá-lo, para simplesmente deixar que esse tipo de coisa aconteça? Ou, ainda pior, criar situações favoráveis para esses tipos de desgraças.
Sinceramente, não consigo compreender.
Mas ainda há esperança. Gosto de pensar nas mães que dão o sangue por seus filhos, para que não lhes aconteça nada; nas mães que deixam de comprar um sapato para si, porque seu filho precisa de alguma outra coisa. Penso nas mães, como a minha, que fazem de tudo para ver seus filhos felizes, não importa o que isso lhes custe.
Essas sim são mães. As outras são apenas geradoras.

Um comentário:

Teo Pasquini disse...

Isso é doentio demais! Me lembrou um filme recente, chamado "Obsessão". Uma mãe que tem uma ligação tão forte com a criança que é capaz de qualquer coisa para não perdê-la, chegando a extremos como esses que vc citou.