
Para quem não viu, veja desde já, pois já é tempo há tempos. A frase título desse texto foi proferida por uma travesti (a minha musa atual, trava-trash) em Ji-Paraná, no Pará, no Programa do Repórter Faro Fino (ui!).
http://www.youtube.com/watch?v=OjdFsDo3hjY
Tirando a chacota e a piada a parte, pois o vídeo é engraçadíssimo, podemos utilizar do mesmo para analisar a hipocrisia social e o preconceito latente em nossa sociedade. Eu acredito no Vanessão, por vários motivos. O principal, alguém que tem a coragem de se assumir de um jeito contrário ao que a sociedade diz ser, já tem a coragem suficiente para assumir problemas e culpas que um evento/ação possa acarretar. Vanessão não é homem de se esconder por detrás de uma tarja preta, Vanessão mata a cobra e mostra o pau - e que pau! Vanessão cobra 20 reais a mais quando goza na boca, isso que é mulher.
Vanessão é isso, é a cara - drogada ou bêbada, não importa - que faz o que a sociedade quer. Mas ouvi uma notícia: - boato ou não, deu preguiça de apurar (desculpa, mas minha preguiça é tamanha que me faz ferir os manuais do jornalismo que diz sobre a apuração e a fidelidade aos fatos verdadeiros) - Vanessão morreu de AIDS. Tá, não vou entrar em qualquer mérito ou etc. Na verdade, Vanessão morreu, se morreu, vítima de preconceito. Vivendo fazendo "pograma debaixo de um pé-de-árvore", parando "as moto na BR", excluida, marginalizada, tratada como um grande gorila sexual.
Reparar na história contada pelo cara no vídeo é de suma importancia. Ele disse apenas que brincou com ela e quando percebeu que tinha "um troço grande lá", parou. Não importa se é travesti, ou mulher ou qualquer outra coisa. Ela está sendo o que ela é, mas infelizmente marginalizada, seja na vida, seja na profissão, ou seja na profissão-da-vida.
Ela não cobra 20 reais pela chupetinha porque gosta ou porque quer (tá, ela pode até gostar, mas certamente selecionaria a pessoa, de modo em que não fosse necessário quebrar a moto por isso)! Ela é vítima da sociedade, do estigma do azar de ter vindo ao mundo como é... E enquanto não destruirmos a barreira que existe em nós mesmos do preconceito, vamos continuar estagnados. E muitas Vanessões morrerão assim, a cada 'viiiintche' reais!
5 comentários:
Gustavo,
Ji-Paraná fica no interior de Rondônia... HAHAHAHAHAHAHA
mto bom!!!!!!
jura que ela morreu??????
oh nem fiquei sabendo...
Que que isso gente???????
ela morreu mesmo???
choquei... tadinha... foi so fazer sucesso...
Oi, Gustavo. Seria bacana citar que o texto foi apurado pelo Blog BotaDentro, especializado em notícias sobre o cotidiano LGBT. Aliás, aqui desse lado há um jornalista também apurando os fatos. E eu que apurei a notícia da morte de Vanessão. Seria legal rolar essa justiça. Sucesso no blog
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