Moro com uma estudante de medicina. Como sabem, a diversidade sempre acrescenta algo. Num dia desses, ela me dizia que aprendeu na aula de Psicologia Médica, que mais de 60% das doenças provêm de cunho psicológico.
Associei isso a uma passagem do livro “Quando Nietzsche, chorou” em que o paciente Nietzsche questiona seu médico sobre o direito que pode ter um médico em esconder a verdade de seu paciente. Comecei a discordar do filósofo e a crer que nesse caso a mentira pode se tornar um antídoto.
A melhora de um enfermo quando se faz uso de um placebo é a maior prova de que a esperança realmente traz benefícios fisiológicos. Se a função de um médico é lutar pela saúde física e mental de seus pacientes, acredito ser válido mentir. A verdade absoluta só deve ser utilizada quando a mesma trouxer algum benefício no tratamento do mesmo, ou quando ao menos, não traga nenhum tipo de desestímulo na sua cura.
Fico imaginando, quantas doenças perturbam o sono das pessoas, causam dor e desestruturam famílias, tendo total proveniência na mente humana, nesse stress do nosso trabalho diário e nesse vazio dos relacionamentos modernos. As pessoas precisam ficar doentes pra perceber que lazer, relaxamento são necessidades vitais.
Dessa forma, se uma mente insana pode trazer malefícios como o câncer, os médicos precisam dosar com muito cuidado o que dizer a seus pacientes. Não se pode de todo mentir, mas seria cruel e inapropriado tirar de um enfermo toda sua esperança. Os médicos precisam ser um pouco menos negligentes em relação aos efeitos da mente humana e trabalhar mais o lado fisiológico associado ao lado psicológico. E, é claro, fazer um trabalho de conscientização de que a prevenção é essencial.
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Um comentário:
Eu sou a favor da sinceridade no diagnostico, mas quanto a motivação ela pode até estar baseada em alguma mentiinha sim! hehe
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