terça-feira, 21 de outubro de 2008

Internacionalização da miséria

A união européia lançou um pacote de medidas na semana passada para evitar o desmatamento e a exploração ilegal de madeira. No entanto, as medidas são insuficientes, pois não impedem de todo a entrada de madeira ilegal na Europa e nem cria normas que permitam aos consumidores, saber se a madeira é de origem clandestina.
Os europeus não fazem sua parte. Parecem não se preocupar com o desmatamento. Entretanto, quando o assunto é internacionalização da Amazônia tomam uma posição um tanto quanto paradoxal:
"Se os países subdesenvolvidos não conseguem pagar suas dívidas, que vendam suas riquezas, seus territórios e suas fábricas".(Margaret Thatcher, primeira-ministra da Inglaterra, Londres, 1983.);
"O Brasil precisa aceitar uma soberania relativa sobre a Amazônia". (François Mitterrand, presidente da França, Paris, 1989.);
"A Amazônia deve ser intocável, pois se constitui no banco de reservas florestais da humanidade." (Congresso de ecologistas alemães, Berlim, 1990.);
"A Amazônia é patrimônio da humanidade. A posse desse imenso território pelo Brasil, Venezuela, Colômbia, Peru e Equador é meramente circunstancial". (Conselho Mundial das Igrejas Cristãs, Genebra, 1992.);
"As nações desenvolvidas devem estender o domínio da lei ao que é comum a todos no mundo. As campanhas ecológicas internacionais que visam à limitação das soberanias nacionais sobre a região amazônica estão deixando a fase propagandística para dar início à fase operativa, que pode definitivamente ensejar intervenções militares diretas sobre a região". (John Major, primeiro-ministro da Inglaterra, Londres, 1992.);
Sem falar nos americanos:
"Só a internacionalização pode salvar a Amazônia". (Grupo dos Cem, cidade do México, 1989.);
"Ao contrário do que os brasileiros pensam, a Amazônia não é deles, mas de todos nós".(Al Gore, vice-presidente dos Estados Unidos, Washington, 1989.);
"A liderança dos Estados Unidos exige que apoiemos a diplomacia com a ameaça da força". (Warren Cristopher, secretário de defesa dos Estados Unidos, Washington, 1995.);
"Os países em desenvolvimento com imensas dívidas externas devem pagá-las em terras, em riquezas. Vendam suas florestas tropicais". (George W. Bush, candidato à presidência dos Estados Unidos, em debate com Al Gore, Washington, 2000).
Acredito estar bem claro qual é o verdadeiro interesse pela Amazônia: seus recursos hídricos. Estamos caminhando de encontro a um período de racionamento de água e a moda é internacionalizar a Amazônia. Ao invés de trocar a Amazônia pelo fim da divida, por que não propor a internacionalização da miséria no mundo em troca da Amazônia? Justo não?

Um comentário:

Thiago Gabri disse...

resta a nós sulamericanos juntar forças para manter nosso algo que sem dúvida deve ser usado para o bem do homem como um todo!