quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Impressões das Sombras


Apagam-se as luzes, abre-se a cortina, projeção a postos, está no ar mais um espetáculo da vida real. Alguns suspiros e lágrimas são arrancados do espectador, sua identificação com a vida alheia é quase um ato de redenção. A indústria cultural, hoje, agrega grande parte da economia mundial, como exemplo, tem a indústria cinematográfica nos EUA, que ocupa um dos primeiros lugares de sua economia total. Não bastasse sua influência econômica, sua influência social e cultural é mais intensa que seus números, agindo como construtora da realidade social.
Não é justo deixar que o espetáculo se torne uma catarse. Sentimos-nos redimidos ao nos penalizar com a miséria. O grande problema reside quando deixamos de pensar socialmente e pensamos em próprio beneficio com aparência de realidade. Não são campanhas de TV nem imagens catárticas que trarão a liberdade ao homem, mas a sensibilidade de cada um em relação a sua realidade. Sensibilidade esta que ao longo do tempo foi massacrada pelas infinitas obrigações do dia-a-dia. Por isso, hoje, a sensibilidade é mecanizada, condicionada pela indústria do entretenimento. O homem se tornou mais suscetível às impressões dos outros do que a descobrir suas próprias impressões, o que acaba bloqueando a capacidade de criar.
Quando o homem não desenvolve a sua capacidade de perceber o mundo da sua forma ele se torna condicionado a aceitar as coisas da forma que o mostram. Prisioneiros da caverna. Então se o condicionam a posição de pobre, escória da sociedade, existirá um conformismo enquanto seu lugar social. E do outro lado hipnotizados pela catarse o homem busca se redimir de sua constante falta sensibilidade com fluxos de sentimentos despertados pelos sentidos e por uma programação metodicamente feita para tal reação, como as sombras da Caverna de Platão.

Um comentário:

Thiago Gabri disse...

as vezes eu tenho achado melhor ficar dentro da caverna...hehe